quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Vamos Filosofar ?


Platão, em sua obra "A Republica" , nos apresenta uma alegoria sobre a condição existencial da humanidade, que provavelmente se constitui na mais famosa e conhecida desenvoltura Filosófica, chamada de Mito da Caverna.

Recorro a este legado de Platão para gerar uma reflexão aos II.'.MM.'., sobre o nosso papel de Construtores Morais. É imperioso, como veremos, nos despir das alienações modernas, para conquistar a competência mental , autônoma e perceptiva, se realmente desejamos desempenhar o nosso papel de Construtores Sociais.

Na Alegoria da Caverna, homens, prisioneiros , estão acorrentados dentro de uma caverna, de modo que só podem olhar para uma muralha de pedra. Atrás destes homens existe uma passarela, por onde passam pessoas livres, carregando objetos. Há uma fogueira que ilumina esta passarela, e a luz desta fogueira, reflete as sombras das pessoas livres e seus objetos, na parede/muralha de pedra que os prisioneiros estão limitados a olhar. Estas sombras projetadas, são as únicas imagens que os prisioneiros podem ver, e por isso, acreditam ser a única realidade existente. Consequentemente, suas vidas se limitam a identificar e comentar as diferentes imagens que se oferecem.

Um destes prisioneiros, de índole mais inquieta, se liberta e percebe a passarela e a fogueira. Caminha para fora da Caverna, no caminho percebe as pessoas e os objetos. Mais para fora, percebe uma luz mais forte ainda, um clarão que cega os olho: O sol. Após conseguir abrir os olhos, devido à claridade do sol, vê novas formas, cores e as belezas da natureza. Ele percebe que pode ver a realidade e não apenas a projeção delas. Ele se dá conta que vivia em uma caverna, que via apenas as sombras e projeções. Exuberante, se lembra dos companheiros ainda aprisionados. Volta para contar aos seus amigos prisioneiros sobre sua descoberta. Ao contar tudo que descobriu, percebe que estas não conseguem entender, nem vislumbrar a descoberta, apenas conhecem e percebem a sua realidade fixada em suas mentes, por tantos anos de sombras e projeções. Estes o ridicularizam, o taxam de louco, maluco, e o ameaçam até de morte.

Neste breve resumo do Mito da Caverna, podemos fazer analogias. Os prisioneiros somos nós. A caverna é o mundo ao nosso redor. As imagens projetadas, são as nossas opiniões construídas por nossa cultura e hábitos. Conceitos de uma projeção e não da realidade. Para perceber a realidade, precisamos de estudo, de aprendizagem e de coragem. O mundo fora da caverna, representa o mundo real inteligível, a verdade. A descida , o retorno a caverna é a vontade ou a obrigação moral que o Homem esclarecido tem de ajudar os seus semelhantes a saírem do mundo da ignorância e da alienação.

Platão admite quatro graus de conhecimento efetivo. Inicia na plena Ignorância e vai até o mais alto grau, o da Sabedoria. O inicial é dos Ignorantes. O segundo , sabem um pouquinho, mas acham que sabem muito. Vivem achando isso, achando aquilo. São pessoas que externam suas opiniões sobre tudo, muitas vezes, sem serem chamados. O terceiro nível é dos buscadores de conhecimento. Estes antes de falar alguma coisa, vão buscar conhecimento para sustentar suas posições. E o quarto grau, são os buscadores do saber. Adquirem a capacidade de ler a natureza, e , devolver a Ela, este conhecimento numa troca continua.

Estimulo os ilustríssimos II.'.MM.'., a refletir sobre a nossa senda, sobre a nossa busca, sobre a nossa responsabilidade. Reflitam o que significa as projeções da TV em nossas vidas, e mais atualmente as projeções da Internet em nossas mentes. O quanto a humanidade se afasta do real, para vislumbrar a projeção da realidade, manipulada, distorcida e maquiada, afim de satisfazer o desejo e ambição de poucos.

Qual o nosso papel, já que estamos dispostos a buscar a sabedoria, o conhecimento, a crescer nos graus do conhecimento ?

Porque olhamos para projeções se podemos ver a realidade e a verdade ?!


Referências bibliográficas :

MÁRIO MENDES A.'.M.'.

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