sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Símbolos Maçônicos camuflados em São João Del Rey?


Bom dia meus Irmãos, amigos, Cunhadas, Sobrinhos e Sobrinhas. 
Bom dia aos internautas que, por algum motivo, se interessam por este assunto.

Ao fundo a Igreja NS do Carmo, em Del Rey
Neste final de semana mais prolongado pelo evento do Carnaval, tive a oportunidade de ir novamente a Região Mineira da Estrada Real. Eu já havia visitado a cidade de Tiradentes em 2008 e desta vez, com um pouco mais de disposição, pude conhecer também São João Del Rey e Congonhas do Campo. Nesta viagem, juntamente com minha esposa e um outro casal também da família Maçônica, privilegiamos o turismo histórico, a oportunidade de conhecermos monumentos e igrejas que, na verdade, mais são museus do que templos religiosos.

Vista parcial de São João Del Rey
E um dos momentos que mais nos chamou a atenção foi numa das pequenas ruas de São João Del Rey, quando um senhor nos abordou dizendo-se guia de turismo, mas em vez de oferecer-se para nos acompanhar, apenas queria vender uma "apostila". Segundo ele, trata-se de um trabalho feito através de suas próprias pesquisas e que redundou no mais completo guia da cidade, contendo todo o seu resumo histórico. Negamos imediatamente a compra, até que o homem começou a mencionar cenas da história que eu me lembrava bem, afinal em 1985, quando o então presidente eleito Tancredo Neves faleceu eu cursava a 7ª Série e o trabalho de História deveria contar a vida dele. Enfim, a música “Coração de Estudante” nunca mais saiu de minha cabeça.

Sant. B.J.Matosinhos, em Congonhas-MG
Mas voltando ao Guia, ele se identificou como Munir Hallah, disse ser Sanjoanense de nascimento e, sem que eu perguntasse, passou a falar sobre símbolos maçônicos ocultos dentro dos templos católicos da cidade, mais especificamente na igreja de São Francisco. Com um pouquinho mais de curiosidade, perguntei quais eram os tais símbolos e ele respondeu numa tocada só: “o bode, o carneiro, o triângulo, o pentagrama, a geometria, o compasso e a trigonometria”. Falou ainda que os três degraus de entrada da Igreja Nossa Senhora do Pilar representam o Aprendiz, o Companheiro e o Mestre.

Rua típica de Tiradentes, com a Serra ao fundo
Mesmo eu entendendo que nem tudo aquilo que se pinta como símbolos maçônicos realmente é, paguei os R$ 5,00 pela apostila e a trouxe, para que na próxima oportunidade possa apresentá-lo aos irmãos de nossa Loja. Precavido, porém, quero manifestar que muitas das coisas que diz-se serem marcas da Maçonaria nesta região, em minha humilde opinião, não passam de arte espontânea, com um pouco de mito. Afinal é fácil dizer que os degraus da igreja sejam os três graus iniciais da ordem, assim como eu poderia dizer isso de qualquer monumento que tivesse três degraus, mesmo que tenha sido construído por qualquer outro povo.

O interior da Igreja de São Francisco, em SJDRey
Em Congonhas do Campo ouvimos que Aleijadinho era filho de maçom português e que, em homenagem ao pai, o artista havia camuflado os três pontos em forma de anjos em todas as suas obras. Em Tiradentes, a narrativa é que ele próprio era Maçom, como quase todos os Inconfidentes. Em particular, acho difícil que Aleijadinho tenha pertencido a ordem, por uma simples questão de combinação de datas, afinal a primeira Loja Maçônica em terras nacionais surgiu em 1797 na Bahia e depois, em 1802 no Rio de Janeiro. Visto que é sabido que Antonio Francisco Lisboa nunca saíra do Brasil, posso crer que faz mais sentido que tenha sido um "sobrinho", visto que em Portugal a Ordem é mais antiga.

Túmulo de Trancredo e Risoleta Neves
Independente de haver ou não símbolos escondidos, o passeio vale a pena. Visitamos o desde o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas, passando pelas ruas e ladeiras de pedra em Tiradentes, até o túmulo de Tancredo Neves e as igrejas de São João Del Rey. Vi várias coisas altamente interessantes, com alguma semelhança aos ensinamentos maçônicos. Mas o que de fato não consegui enxergar, por mais que um atencioso guia, o Sêo Geraldo, tentasse me fazer ver, foi a cabeça de um bode camuflada nos entalhes da igreja... Pra mim, ali havia somente entalhes e curvas mesmo... Se alguém viu bode lá, pode ver também em qualquer nuvem que aparecer no céu.

O nosso V.:M.: Carlos Basso e eu, em São João Del Rey




3 comentários:

  1. Esses lugares e trilhas são incríveis. Tive o privilégio de conhecer e, na ocasião, Francisco, o guia local, falou sobre a simbologia maçônica em sua arquitetura. principalmente em São João Del Rei e Congonhas do Campo. A simbologia incrustrada nas pedras ricamente esculpidas pelo mestre Aleijadinho e outros mestres, são patrimônio de nossa história e merecem todo apreço e admiração. Aguardamos William crescer mais um pouquinho e farei questão de levar minha família às terras mágicas de Minas. Abraços, Aguinaldo!

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  2. Esses lugares e trilhas são incríveis. Tive o privilégio de conhecer e, na ocasião, Francisco, o guia local, falou sobre a simbologia maçônica em sua arquitetura. principalmente em São João Del Rei e Congonhas do Campo. A simbologia incrustrada nas pedras ricamente esculpidas pelo mestre Aleijadinho e outros mestres, são patrimônio de nossa história e merecem todo apreço e admiração. Aguardamos William crescer mais um pouquinho e farei questão de levar minha família às terras mágicas de Minas. Abraços, Aguinaldo!

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  3. Olá, sou de São João del Rei, muitíssimo interessado nestes assuntos históricos e artísticos não só dos tempos coloniais em Minas, mas vários outros aspectos da História. Gostei bastante de seu artigo e realmente: em muitos casos onde falam sobre símbolos ocultos nos traços da arquitetura, existem apenas expressões artísticas do autor que nada se relacionavam com objetivos externos. Desses equívocos é que nascem as mais absurdas teorias da conspiração que existem por aí. Só queria deixar uma nota: as igrejas em São João del Rei são ainda templos religiosos vivos, onde se realizam diversas cerimônias durante toda a semana e acontecem várias festividades especiais ao longo do ano. Isso é uma peculiaridade existente em São João del Rei, diferente de outras cidades semelhantes, notadamente Ouro Preto. Lá sim as igrejas se transformaram em simples museus, e não possuem a religiosidade e espiritualidade que minha cidade tão bem conservou. Espero que entenda o que quero dizer. Abraços!

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