domingo, 16 de novembro de 2014

O "Inconsciente Coletivo" do Maçom

Ir.: Arnaldo Faria Jr, da Loja Igualdade, Or.: São Paulo
Carl G. Jung foi um dos grandes pensadores da era contemporânea. Nascido na Suíça, no final do Século XIX, ele foi criador da psicologia analítica e colaborou de forma intensa para o que conhecemos hoje sobre o comportamento humano. Um dos seus estudos se baseava nos Arquétipos e Inconsciente Coletivo, ou seja, a capacidade que o ser humano supostamente tem de saber aquilo que nunca ninguém lhe ensinou. Arquétipos são como os instintos, porém não são comportamentos e sim pensamentos e Jung afirmava que as pessoas os desenvolvem baseados em traumas ou aprendizados de seus antepassados.

Estando (Jung) certo ou não, o fato é que mais uma vez podemos comparar uma Loja Maçônica com o Universo, no sentido de que o Maçom assume pensamentos de seus IIr.: de gerações anteriores, baseados simplesmente no Inconsciente Coletivo. Ao ser Iniciado em nossa Ordem, o neófito é levado a fazer reflexões que ele mesmo não esperava. Essas reflexões se alicerçam em nossos rituais e nas alegorias, antes mesmo que o contato com os demais IIr.: se intensifique e antes ainda que as IInstr.: se iniciem. O pensamento de um iniciado se transforma para sempre, a partir deste momento.

Antes de eu ser sugerido à Maçonaria, além de meu proponente eu conhecia mais alguns Maçons. Um deles, o (depois) Ir.: Arnaldo Faria Junior, era filho do Past Grão Mestre do GOP, Ir.: Arnaldo Faria. Ele, o Junior, era tio de minha esposa e uma pessoa com quem eu me identificava muito, mas que uma única vez tocara comigo no assunto. Nesta ocasião, numa festa de família, ele conversava com alguém sobre a Ordem e quando eu me aproximei, percebi que o assunto fora interrompido, o que me deixou razoavelmente constrangido. Imediatamente ele me falou que não deveria ficar preocupado, pois um dia alguém iria me descobrir em minha cidade e falaria comigo sobre o assunto, com todas as letras.

Anos mais tarde, fui descoberto e iniciado. Quando eu já percorria o terceiro Grau, o Tio Arnaldo esteve conosco num evento de nossa Oficina e, pouco tempo depois viajava ele ao Or.: Eterno. Mas, o que aquele Mestre queria dizer ao profetizar que alguém, em minha cidade, me descobriria? Talvez a resposta esteja numa afirmação muito comum dentro das Lojas, principalmente logo após as Iniciações, quando dizemos ao Iniciado que ele já praticava Maçonaria fora de Loja e sem mesmo saber que o fazia. 

O arquétipo Maçônico é algo que o futuro Maçom já tem desde algum tempo e o Inconsciente Coletivo talvez surja porque aquele que age como construtor social já o faz antes mesmo de ser "descoberto". Creio que até Carl Jung se assustaria se imaginasse que suas teorias também se confirmassem num mundo tão paralelo e com laços tão indissolúveis como estes.

Este Post segue em homenagem, ao Ir.: Arnaldo Faria Junior, ex-Obreiro da Loja Igualdade, GOP, Or.: São Paulo. (Hoje Obr.: Or.: Eterno +Março/2013)

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