sexta-feira, 25 de julho de 2014

Loja Maçônica não é Igreja!

A maioria das pessoas pensa que a Maçonaria é uma espécie de igreja ou religião. Várias vezes já me perguntaram isso, em casos até com um exagerado preconceito. Frases do tipo: "Mas você é Maçooommmm?",  "É verdade que é coisa do diabo?" ou "Deus me livre, credo!" já me foram ditas mais de uma vez. Em uma ocasião, um amigo bem afobado me abordou dizendo que eu deveria considerar "mudar" de religião... e eu me coloquei a explicar simplesmente para a desfazer um mal entendido que se estende há séculos, mas que ganhou força nos últimos anos quando a nossa ordem se tornou menos fechada e mais exposta à sociedade.

O mal entendido a que me refiro é quanto ao que se faz em uma Loja Maçônica... Lá, por exemplo, ninguém vai adorar, orar ou rezar, embora o Maçom acredite fielmente na existência de um ser supremo. Lá, ninguém vai pedir nenhuma graça, nem se faz jejum ou promessa, não há um líder espiritual e nem a determinação de doutrina, filosofia ou crença. Muito pelo contrário: o Maçom é livre para acreditar, pensar ou seguir aquilo que ele quiser. E por quê?

Porque a Maçonaria defende justamente isso: o direito do cidadão ser "livre" e tomar as suas próprias decisões e arbítrios. Defende que o ser humano tenha o direito de seguir a filosofia que mais lhe fizer sentir-se bem e completo. A Maçonaria defende que um Cristão pode reconhecer Jesus como Deus e respeitar o direito do Muçulmano considerá-lo apenas um importante Profeta. Ao mesmo tempo e por consequência, defende que o Umbandista pode seguir os seus rituais e, ainda assim conviver com o mais ortodóxo dos Evangélicos em paz e fraternalmente. Afinal, o que um acredita não interfere ou não deveria interferir na vida do outro. 

A Maçonaria é uma ordem laica e assume que a humanidade foi desenvolvida através de diversas culturas e que os povos tem crenças diferentes, que foram desenvolvidas por milhares de anos... e hoje, com o mundo globalizado, não são mais concentradas por região como acontecia no passado. Antes, os Budistas viviam concentrados na Ásia, os Judeus no Antigo Oriente e os Católicos na Europa... mas com o avião e a internet, (como diria aquele humorista) "misturou tudo". E se houve a mistura, os misturados precisam aprender a viver em harmonia.  

Ao meu amigo, na época, pude dizer que a Maçonaria não é e nem substitui uma religião. Ela não defende e nem ataca nenhuma linhagem espiritual e, institucionalmente, se refere ao Criador como "Grande Arquiteto do Universo" justamente por respeitar o direito de cada um de seus membros darem a Ele o nome que sua crença mandar, seja Deus, Jesus, Jeová, Buddha, Olódùmarè, Allah ou qualquer outro que respeite a vida, o amor e a paz. 

Em tempo: A única coisa que a Maçonaria combate em seu seio é o fanatismo... pois ainda que uma pessoa tenha o direito de ser intensa no que pensa, não tem o direito de impedir que outros pensem de forma divergente... e um fanático não seria livre, mas sim escravizado... ainda que por si mesmo.

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