Fachada da ARLS Barão de Jundiahy 733 |
Há
uma grande curiosidade profana em especular sobre qual é verdadeiramente o
significado do Pelicano para a Maçonaria. Aliás, com a ascendência e destaque
dos Moto Clubes “Bodes do Asfalto” e “Pelicanos do Asfalto”, fica a dúvida da
origem destes dois mascotes a nossa Ordem. E depois de algumas pesquisas,
cheguei a um entendimento próprio, mas que dependeria de mais profundidade, já
que estes estudos de origem, na maioria das vezes, remetem a mais de uma
linhagem de historiadores distintos.
O
simbolismo do Pelicano assenta-se sobre lendas que dizem que este animal, quando
não encontra alimento para sustentar sua prole, rasga seu próprio ventre para
alimentá-la com seu sangue. Outra origem poderia ser a história de um pelicano que
saiu de seu ninho em busca de comida para os seus recém-nascidos filhotes e, ao
retornar, encontrou apenas as suas ossadas, já que o ninho havia sido atacado
por um predador. Nesta tese, o progenitor, em desespero pela tragédia, teria
começado a bicar o próprio peito, fazendo verter sobre o corpo dos pequeninos o
sangue que jorrava dos ferimentos que ele mesmo provocara com aquela mutilação.
Aos poucos, as gotas de sangue que se espalhavam iam reconstituindo a vida dos
seus filhos mortos.
Num
artigo esclarecedor, o Ir.: Sérgio Burzichelli Jr. (A.R.L.S. Renascença Santista
- 339) explica que “o Pelicano é uma ave de grande porte que vive nas regiões
aquáticas em todos os continentes. Como possui o bico avantajado e tem, na
parte inferior uma bolsa extensível e membranosa onde armazena os peixes
pescados, as fêmeas alimentam os filhotes despejando as reservas acumuladas.
Para esvaziá-la, comprime o peito com o bico, fato este, que teria dado a
origem a essa antiga lenda, onde o pelicano abriria o próprio peito para dele
extrair sua carne a fim de alimentar os filhotes”.
Já
o Bode, me parece ter surgido por um caminho menos emotivo e mais do acaso. O
que se sabe é que a notícia remonta do período dos apóstolos que, se dirigiam a
Palestina para pregar o evangelho, quando era comum notarem o povo judaico
falando ao ouvido de bodes, que são comuns naquela região. E tal procedimento
era parte de um cerimonial judaico para expiação de pecados e erros, cujo povo
tem o bode como confidente. Confessar erros e pecados a um bode, junto ao seu
ouvido, segundo o mencionado ritual, assegura ao pecador de que os segredos de
seus delitos confessados ficam guardados, tendo em vista que um bode não fala.
O confessionário na Igreja Católica foi instituído anos depois, cuja
instituição garante ao pecador o voto de silêncio por parte do
sacerdote-confessor.
Segundo
outro artigo, este do Ir.: Pedro Borges dos Anjos, (A.R.L.S. Caridade e
Segredo), “perseguidos pelo governo papal do Vaticano por discordar
frontalmente das instituições oficiais do seu poderoso império, muitos maçons
foram presos e submetidos aos inquisidores que a todo custo buscavam arrancarem
deles confissões sigilosas de domínio da Ordem. Um dos inquisidores,
Chasmadoiro Roncalli, um reconhecido perverso dos quadros da Igreja, chegou a
desabafar, com um superior seu que estes maçons pareciam bodes e que, por mais
grave que tornasse a flagelação, não era possível lhes arrancar quaisquer
palavras.”
Já
no século XX, no nordeste Brasileiro, com a instalação da base aérea Norte
Americana no Rio Grande do Norte, muitos nativos se indagavam com a forma de
tratamento entre os militares estrangeiros. Segundo consta, muitos eram maçons
e tratavam-se como brothers (irmão em inglês). Mas o povo local, que ainda não
conhecia o idioma, entendia que se tratavam por “bodes”, o que teria aumentado,
em nosso país, o poder da lenda. Pela minha percepção, fica claro que a lenda do Bode foi adotada de vez pela Maçonaria para gerar no profano um certo respeito ou mesmo um pequeno medo do assunto... Aos poucos, os Maçons assumiram o bode como seu "bichinho de estimação"...
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