Bom dia meus Irmãos, amigos, Cunhadas,
Sobrinhos e Sobrinhas.
Bom dia aos internautas que, por algum
motivo, se interessam por este assunto.
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Ao fundo a Igreja NS do Carmo, em Del Rey |
Neste final de semana mais prolongado pelo
evento do Carnaval, tive a oportunidade de ir novamente a Região Mineira da
Estrada Real. Eu já havia visitado a cidade de Tiradentes em 2008 e desta vez, com
um pouco mais de disposição, pude conhecer também São João Del Rey e Congonhas
do Campo. Nesta viagem, juntamente com minha esposa e um outro casal também
da família Maçônica, privilegiamos o turismo histórico, a oportunidade de
conhecermos monumentos e igrejas que, na verdade, mais são museus do que
templos religiosos.
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Vista parcial de São João Del Rey |
E um dos momentos que mais nos chamou a
atenção foi numa das pequenas ruas de São João Del Rey, quando um senhor nos abordou
dizendo-se guia de turismo, mas em vez de oferecer-se para nos acompanhar, apenas queria vender uma "apostila". Segundo ele, trata-se de um
trabalho feito através de suas próprias pesquisas e que redundou no
mais completo guia da cidade, contendo todo o seu resumo histórico. Negamos imediatamente a compra, até que o homem começou a mencionar cenas da história que
eu me lembrava bem, afinal em 1985, quando o então
presidente eleito Tancredo Neves faleceu eu cursava a 7ª Série e o trabalho de História
deveria contar a vida dele. Enfim, a música “Coração de Estudante” nunca mais saiu de minha cabeça.
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Sant. B.J.Matosinhos, em Congonhas-MG |
Mas voltando ao Guia, ele se
identificou como Munir Hallah, disse ser Sanjoanense de nascimento e, sem que eu perguntasse, passou a
falar sobre símbolos maçônicos ocultos dentro dos templos católicos da cidade, mais especificamente
na igreja de São Francisco. Com um pouquinho mais de curiosidade, perguntei
quais eram os tais símbolos e ele respondeu numa tocada só: “o bode, o
carneiro, o triângulo, o pentagrama, a geometria, o compasso e a trigonometria”.
Falou ainda que os três degraus de entrada da Igreja Nossa Senhora do Pilar
representam o Aprendiz, o Companheiro e o Mestre.
Rua típica de Tiradentes, com a Serra ao fundo |
Mesmo eu entendendo que nem tudo aquilo
que se pinta como símbolos maçônicos realmente é, paguei os R$ 5,00 pela apostila e a trouxe, para que na próxima oportunidade possa apresentá-lo aos irmãos
de nossa Loja. Precavido, porém, quero manifestar que muitas das coisas que
diz-se serem marcas da Maçonaria nesta região, em minha humilde opinião, não
passam de arte espontânea, com um pouco de mito. Afinal é fácil dizer que os
degraus da igreja sejam os três graus iniciais da ordem, assim como eu poderia
dizer isso de qualquer monumento que tivesse três degraus, mesmo que tenha sido
construído por qualquer outro povo.
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O interior da Igreja de São Francisco, em SJDRey |
Em Congonhas do Campo ouvimos que
Aleijadinho era filho de maçom português e que, em homenagem ao pai, o
artista havia camuflado os três pontos em forma de anjos em todas as suas obras.
Em Tiradentes, a narrativa é que ele próprio era Maçom, como quase todos os Inconfidentes. Em
particular, acho difícil que Aleijadinho tenha pertencido a ordem, por uma simples questão de
combinação de datas, afinal a primeira Loja Maçônica em terras nacionais surgiu em 1797 na Bahia e depois, em 1802 no Rio de Janeiro. Visto que é sabido que Antonio Francisco Lisboa nunca saíra do Brasil, posso crer que faz
mais sentido que tenha sido um "sobrinho", visto que em Portugal a Ordem é
mais antiga.
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Túmulo de Trancredo e Risoleta Neves |
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O nosso V.:M.: Carlos Basso e eu, em São João Del Rey |
Esses lugares e trilhas são incríveis. Tive o privilégio de conhecer e, na ocasião, Francisco, o guia local, falou sobre a simbologia maçônica em sua arquitetura. principalmente em São João Del Rei e Congonhas do Campo. A simbologia incrustrada nas pedras ricamente esculpidas pelo mestre Aleijadinho e outros mestres, são patrimônio de nossa história e merecem todo apreço e admiração. Aguardamos William crescer mais um pouquinho e farei questão de levar minha família às terras mágicas de Minas. Abraços, Aguinaldo!
ResponderExcluirEsses lugares e trilhas são incríveis. Tive o privilégio de conhecer e, na ocasião, Francisco, o guia local, falou sobre a simbologia maçônica em sua arquitetura. principalmente em São João Del Rei e Congonhas do Campo. A simbologia incrustrada nas pedras ricamente esculpidas pelo mestre Aleijadinho e outros mestres, são patrimônio de nossa história e merecem todo apreço e admiração. Aguardamos William crescer mais um pouquinho e farei questão de levar minha família às terras mágicas de Minas. Abraços, Aguinaldo!
ResponderExcluirOlá, sou de São João del Rei, muitíssimo interessado nestes assuntos históricos e artísticos não só dos tempos coloniais em Minas, mas vários outros aspectos da História. Gostei bastante de seu artigo e realmente: em muitos casos onde falam sobre símbolos ocultos nos traços da arquitetura, existem apenas expressões artísticas do autor que nada se relacionavam com objetivos externos. Desses equívocos é que nascem as mais absurdas teorias da conspiração que existem por aí. Só queria deixar uma nota: as igrejas em São João del Rei são ainda templos religiosos vivos, onde se realizam diversas cerimônias durante toda a semana e acontecem várias festividades especiais ao longo do ano. Isso é uma peculiaridade existente em São João del Rei, diferente de outras cidades semelhantes, notadamente Ouro Preto. Lá sim as igrejas se transformaram em simples museus, e não possuem a religiosidade e espiritualidade que minha cidade tão bem conservou. Espero que entenda o que quero dizer. Abraços!
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