domingo, 23 de outubro de 2011

O simbolismo do fogo


Em Jundiaí, ao comemorarmos a semana da Pátria no mês de setembro, sempre fazemos o acendimento do fogo simbólico no dia primeiro (Honraria que cabe a ESEF organizar) e sua extinção no dia sete. Então poderíamos perguntar: Qual o significado do fogo? Existem inúmeras versões: Purificação, luz, evolução, poder, tradição, criação, entre muitas outras. Ou seja, é um símbolo fundamental na história da humanidade.

E nos esportes, qual o seu significado? É o elo entre os Jogos da Antiguidade e os Jogos da Era Moderna. Tradicionalmente, alguns meses antes dos Jogos Olímpicos, a chama é acesa em Olímpia, na Grécia, onde se inicia o revezamento da Tocha, que passa por várias cidades do mundo até chegar à cidade sede. Nos jogos de Pequim o trajeto foi recorde com 137.000 km percorridos.

O fogo sagrado tido como elemento purificador, ao chegar no Estádio Olímpico, anuncia o começo dos Jogos e convoca o mundo a celebrá-los em paz. A Tocha é transportada por atletas e cidadãos comuns até o local da cerimônia de abertura, ficando acesa até sua extinção na cerimônia de encerramento. A cada edição, a cidade-sede cria a sua própria Tocha, que ganha novos desenhos e formas e, o seu acendimento na cerimônia de abertura, costuma ser a grande sensação de todo o cerimonial.

Para Londres 2012, foi criada uma Tocha com um design triangular significando o fato de Londres ser a única cidade no mundo a organizar três versões dos Jogos Olímpicos (1908, 1948 e 2012). O acendimento do fogo simbólico costuma ser extremamente comovente nas aberturas esportivas. Uma das maiores emoções ocorreu na abertura dos Jogos de 1964, em Tóquio no Japão. Em momento de grande expectativa Yoshinori Sakai adentra o estádio olímpico com a tocha em punho. O estádio olímpico de Tóquio treme com a explosão comovida do público. O jovem Sakai havia nascido em Hiroshima no dia em que a cidade foi destruída pela bomba atômica. Este é um exemplo explícito do simbolismo que existe no acendimento do fogo: A perpetuação da espécie humana. Ou ainda, a afirmação do Barão Pierre de Coubertin “Que a Tocha Olímpica siga o seu curso através dos tempos para o bem da humanidade cada vez mais ardente, corajosa e pura”.

DAVI RODRIGUES POIT
É Vice-diretor da ESEF, professor convidado da FGV-FAAP-UGF,
doutor em Educação PUC-SP,
autor do livro Organização de Eventos Esportivos-2006 e
Cerimonial e Protocolo Esportivo-2010 www.eventosesportivos.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário